Depois de semanas buscando uma resposta eu finalmente tenho um diagnóstico para minha vida (Post anterior). E a minha decisão a partir desse diagnóstico é viver, aprender e buscar soluções para que os problemas possam ser amenizados. É, essa solução não parece ser um milagre e, pelo contrário, parece mais ser algo óbvio, mas que, na maioria das vezes, é o óbvio que se torna difícil de enxergar. Estou sempre tentando enxergar longe e sonhar alto, mas tem coisas que estão logo aos meu pés. Muitas vezes as melhores soluções estão mais ao alcance do que imagino. Não é só olhar para o alto, mas ser humilde e olhar também para o que está abaixo.
Os últimos acontecimentos me fizeram pensar muito sobre minha vida. Me fizeram repensar muitas coisas. Me fizeram olhar para longe mas também trouxeram o meu olhar para perto. Me trouxeram de volta coisas básicas da vida. Uma delas foi como saber o que eu gosto de fazer. Como saber que habilidade eu realmente tenho? Coisas como de um adolescente que descobre a vida e começa a pensar sobre si mesmo. Eu me sinto como esse adolescente redescobrindo a si mesmo e vendo que as coisas que pensava quando era criança são muito mais amplas do que imaginava.

Porém, redescobrir a si mesmo com 41 um anos não é fácil. Às vezes é até amedrontador. Mas chega uma hora na vida em que não temos escolha. Aliás, até temos né. Posso me lamentar e ficar divagando sobre o tempo que passou e o que poderia ter feito para poder chegar a essa descoberta antes. Mas lamentar e pensar no passado para se culpar ou culpar outros não vai levar a nada, apenas vou gastar mais tempo ainda e adiar aquilo que posso fazer a partir de agora. Perder mais tempo com isso sim é que seria algo lamentável.

Hoje estou em busca de me redescobrir.Perceber o mundo a minha volta. Descobrir que as dificuldades que enfrentei não era por incapacidade ou por falta de inteligência. Sim, eu me senti uma pessoa burra em vários momentos da minha vida. Mas era por uma questão de modo de relacionar as coisas e processar diferente dos outros e, como não conseguia fazer igual a eles, eu me achava incapaz. E como descobri que não sou incapaz? Depois do diagnóstico repensei muito sobre tudo o que passei e fiz. Percebi que eu consigo sim fazer as coisas que eu pensava ser incapaz, se eu fizer de um modo diferente do que as outras pessoas queriam que eu fizesse. E que, as vezes, eu consigo fazer mais do que achava que seria possível para mim fazer.
Descobrir que o fato de eu não ser compreendido muitas vezes é por não saber me expressar corretamente quando falo e não devido a uma debilidade no meu cérebro ou por incapacidade de formular um pensamento cognitivo complexo. Por várias vezes eu me achei incapacitado de me expressar em público e cheguei a me calar e parar de tentar me expressar.

Eu poderia citar aqui mais inúmeras descobertas que vieram depois do meu diagnóstico. Pois, ainda estou no meio do caminho dessas descobertas. Mas acho que a maior delas foi que a vida não acaba aqui e que ela parece estar apenas no início. Me lembro que lendo a bíblia existe um certo sentimento de que o melhor ainda está por vir, pois Deus sempre tem algo novo. De que os anos se passam mas para Deus a idade, o tempo não quer dizer nada e que tudo pode acontecer a qualquer momento. Que a vida só acaba quando você desistir. As possibilidades, aqui na terra, só se esgotam quando deixamos de existir aqui. Mas enquanto viver as possibilidades são infinitas. Pois do mesmo modo que coisas ruins podem acontecer de uma hora para outra, coisas boas também acontecem. A questão que veio à minha mente foi: “Mas estou preparado para elas?” Eu me vi numa situação em que tinha de escolher me preparar ou me lamentar. Decidir me conhecer ou simplesmente deixar as coisas boas venham eu não aproveite por falta de preparo. Bom e cá estou eu escrevendo o óbvio, de que escolhi me preparar, me conhecer e continuar a minha caminhada. É o óbvio, mas que em muitos momentos é difícil de se decidir por ele e enxergar que esta escolha está logo debaixo do meu nariz.

Depois que decidi isso, a caminhada se tornou longa novamente. O pensamento de “ já estou chegando ao fim da minha caminhada” e pensar em como me recostar e parar de ser alguém que “faz” para me tornar alguém que “observa e aconselha”, apesar de não me achar uma pessoa apta a dar conselhos, ficou bem distante. Bom, com isso, as possibilidades de algo novo acontecer também aumentam proporcionalmente. Pois é, eu estou exposto a riscos mas também estou exposto a acontecimentos que podem me proporcionar novas e belas experiências na minha vida. Agora, como passar por um e pelo outro, tudo depende do preparo. E o maior segredo para eu passar por eles está na minha mente, está em como eu decidi pensar sobre mim mesmo, como eu decidi enfrentar este desafio e como eu encaro tudo que vem pela frente. Por isso, o primeiro passo para mim foi mudar o meu setup mental. Se apenas sento e espero para ver o que a vida tem pra mim e me lamentando pelos anos que passaram, então eu apenas vou ver as oportunidades passar e as tempestade vão vir e não terei um abrigo. Mas se arregaço as mangas e começo um trabalho de me redescobrir, viver, aprender e buscar soluções, então eu estarei pronto para embarcar quando o trem da oportunidade passar e quando a tempestade vier eu vou ter o meu abrigo pra me proteger e estarei pronto para resistir. Porque as tempestades e as oportunidades vem, mas como me preparar para interagir com elas depende de mim.

Abraços

Binho