Encontrar o meu lugar no mundo levou muito tempo. De certo modo ainda caminho aprendendo. Mas foi quando eu me conformei de que não encontraria a resposta, como as pessoas “convencionais”, é que eu comecei enxergar um novo caminho.
Por muito tempo, desde a minha infância, eu me senti como se não pertencesse ao lugar onde estava. No começo eu achei que eram os amigos, depois a escola, a cidade, depois achei que era o país e mais tarde pensei ser em relação a minha família. Mas nenhuma dessas suposições me trouxeram uma resposta que tocava no ponto que deixava meu coração inquieto. O modo de pensar, o modo de ver o mundo, os valores e tudo mais que permeiam a motivação de continuar a caminhada era diferente. Eu não conseguia encontrar as respostas para a minhas questões.
Passei por tempos dificeis em minha adolescência pois as resposta que não tive quando era criança começou a afetar a minha motivação de fazer as coisas, estudar, de procurar algo que quisesse fazer ou aprender. Foi um período de muitos questionamentos. Alguns fáceis e outros bem difíceis. Um desses questionamentos me fez chegar a uma projeção do fim da minha vida e fazer uma balança. Comecei a pesar tudo que poderia fazer, como essas coisas estariam no fim da minha vida e qual seria o meu legado no fim de tudo. A constatação que eu fiz naquele momento foi de que tudo o que pensei em fazer teria o seu fim como o pó. Por mais bem sucedido que eu fosse e por mais que ajudasse muitas pessoas, o fim de tudo seria o pó. E pensando em fazer o bem a todos, quando o fim de tudo chegasse eu apenas teria dado uma alegria temporária para alguem que mais tarde desapareceria da terra junto com a alegria que eu teria dado. Então qual o sentido de dar tudo de si se tudo o que eu fizer um dia vai desaparecer? Qual o sentido de fazer o mundo ser melhor se no fim de tudo o fim da vida e o fim da terra já estão decretados? E muito pior foi quando me dei conta de que somos nos que estamos destruindo nosso próprio lar, esse planeta.
Pois é já até da pra imaginar pra onde esse pensamento estava caminhando. Mas foi nesse instante que meu valores, que aptendi na infância, me seguraram e chacoalharam minha vida, de forma que nunca mais pôde ser a mesma. Foi então que a partir de uma porta que se fechou eu enxerguei outra que estava aberta o tempo todo. Mas como era estreita, apertada e pequena talvez eu nunca tivesse me dado conta. Mas não me restou outra opção a não seguir por ela. Pois como eu disse no texto anterior. Eu aprendi que a vida é muito preciosa. Não podemos desperdiçá-la de qualquer jeito.
E foi nesse momento “quando eu vi o mundo perder o sentido para mim que eu conheci um mundo novo.” Foi nessa hora que tudo que aprendi quando criança, valores da vida, começou a deixar de ser um conto de um lugar distante e se tornar algo mais palpável, algo real em minha vida. Mas, como eu disse, eu era um menino diferente. Eu fui atrás das respostas pois para mim as coisas precisam ter um sentido. Não era só aceitar o que via e ouvia, mas precisava ter algum sentido. E eu encontrei nos ensinamentos da bíblia uma lógica que fazia muito mais sentido do que tudo que vi até hoje. Encontrei respostas que procurava. Algo que respondia as minha dúvidas mais sombrias da época. Eu encontrei a vida e nesse caminhar conheci pessoas que viviam aquilo que eu lia, da forma delas é claro, mas traziam nos seus atos a essência do que eu aprendia. E através delas eu pude ver algumas coisas na prática.
Também comecei a perceber que a lógica de Deus vai além do que chamamos de conhecimento. Esse novo mundo trazia as respostas para alguém que, como eu, já não via mais sentido na lógica humana de pensar sobre a vida. Pois essa nova lógica extrapola os limites da vida na terra. Seus ensinos vão além dos limites da nossa mente limitada e nos levam a dar um passo adiante em direção a confiança de um Amor que um dia deixou de ser apenas literário para mim e se tornou algo real. E o mais incrível de tudo. Esse manual de como alcançar tudo isso está entre nós há milênios.
Nesse manual eu pude aprender muito sobre mim e sobre meu caminhar na terra. Pois quando eu parei de ler como um livro de contos e passei a ler como um livro que também mostra a psiquê humana diante de varias situações e diante da relação com Deus, meus horizontes, sobre mim, ficaram mais amplos. Eu aprendi a me conhecer. E minha vida ganhou um significado que nunca imaginara encontrar.
Quanto mais procurei significado na humanidade mais fui massacrado. Mas quando busquei a palavra de Deus eu encontrei algo que vale muito mais do que qualquer tesouro na terra. Eu encontrei o verdadeiro valor da minha vida.